Mudanças na alimentação aumentam risco de anemia entre adolescentes
Dia 26 de novembro, assinala-se o Dia Nacional da Anemia, que este ano dedica especial atenção aos adolescentes. Ainda que esta condição afete todas as camadas da sociedade, o Dr. Lino Rosado salienta que as mudanças nos hábitos alimentares mediante a influência de amigos ou a necessidade de autoafirmação no seio da família constituem fatores para o desenvolvimento da carência em ferro.
“A deficiência em ferro ou ferropenia é a mais frequente deficiência nutricional, sendo a anemia o último estádio desta deficiência”, explica. “A ferropenia resulta principalmente de uma dieta na qual a biodisponibilidade do ferro é inadequada, associada a uma necessidade aumentada de ferro durante um período de rápido crescimento e desenvolvimento muscular, que resulta num aumento do volume de sangue. A adolescência é efetivamente um desses períodos”, acrescenta o médico.
Ainda que os dados sejam poucos, o Dr. Lino Rosado afirma que “as estatísticas mostram taxas de prevalência de 9% em raparigas dos 12 aos 15 anos e de 16% em raparigas dos 16 aos 19 anos”. No entanto, no caso dos rapazes, “a prevalência é mais baixa e isso deve-se sobretudo às perdas mensais das raparigas durante o período menstrual”.
Os sinais de alerta vão aparecendo progressivamente, passando pelo “cansaço, a palidez, as palpitações, a irritabilidade, as cefaleias e até alterações no comportamento escolar”, esclarece o pediatra. Assim, o especialista aconselha a prevenção e o acompanhamento médico dos adolescentes no seu período de maior crescimento.
O estudo EMPIRE, trabalho pioneiro realizado em todo o território continental pelo Anemia Working Group Portugal, revela que um em cada cinco portugueses (20,4%) são afetados por anemia em algum momento da sua vida, sendo 52,7% dos casos resultado de uma deficiência de ferro.
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