Desconhecimento dos sintomas da deficiência de ferro atrasa diagnóstico da anemia
São os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) que o confirmam: a deficiência de ferro é um problema de Saúde Pública generalizado, que afeta cerca de um terço da população mundial e um em cada cinco portugueses. No âmbito do Dia da Anemia, que se assinalou ontem, 26 de novembro, o Anemia Working Group Portugal (AWGP) propõe o lema “Não brinque com a anemia, tenha uma saúde de ferro!” para sensibilizar a comunidade médica e a população para os sintomas da anemia.
“Pouco reconhecido, subdiagnosticado e subtratado”: é assim que o AWGP avalia o problema da deficiência de ferro, um dos principais responsáveis pela anemia. Segundo o estudo EMPIRE, trabalho pioneiro realizado em todo o território continental, cerca de 52,7% de todos os casos de anemia são resultado de uma deficiência de ferro. “Quando esta se instala, significa que o ferro é insuficiente para dar resposta às necessidades do organismo, uma vez que é um elemento essencial para o funcionamento saudável de todo o corpo, incluindo coração, músculos e glóbulos vermelhos, com impacto também ao nível da saúde mental”, lê-se no comunicado de imprensa.
O estudo EMPIRE revelou ainda que 84% dos afetados desconheciam sofrer de anemia, com apenas 2% dos inquiridos a fazer tratamento no momento do inquérito. Uma situação que resulta do desconhecimento dos sintomas, tornando o diagnóstico um verdadeiro desafio. E isto porque, de facto, alguns destes sintomas são inespecíficos ou podem ser confundidos com várias outras condições clínicas. É o caso da fadiga generalizada, unhas frágeis, perda de cabelo ou síndrome das pernas inquietas, falta de ar, maior suscetibilidade para infeções, aftas ou dores de cabeça.
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