Associação para o Estudo da Anemia alerta para o peso da doença nos adolescentes
A Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia alertou hoje para o problema da anemia nos adolescentes, cuja dimensão quer identificar através de um estudo epidemiológico como o que realizou para determinar a prevalência da doença em adultos.
A prevalência da anemia é mais alta nas raparigas devido sobretudo às perdas mensais de sangue durante o período menstrual, explicou Lino Rosado, sublinhando que é preciso estar atento aos sinais e sintomas que vão aparecendo progressivamente, como o cansaço, a palidez, as palpitações, a irritabilidade, as cefaleias e até alterações no comportamento escolar.
António Robalo Nunes acrescentou que a anemia é “uma patologia que afeta todo o ciclo de vida, desde o recém-nascido até o grande idoso, com um peso enorme enquanto a condição médica que agrava eventuais doenças pré-existentes”.
“Já sabemos muito do adulto agora temos esta lacuna de conhecimento” em relação aos jovens, disse Robalo Nunes, defendendo ser “importante acautelar que haja aporte de nutrientes suficientes” nestas idades.
A principal causa de anemia é por deficiência de ferro, que tem de ser colmatada através da alimentação ou por via da suplementação. “A verdade é que os hábitos alimentares sobretudo nos jovens estão muito deficitários por causa das questões de `fast-food` ou de opções alimentares restritivas com deficiência da proteína animal”, que “é um fator relevante” para o desenvolvimento da doença, sublinhou.
Para Robalo Nunes, “há aqui um problema muito marcado a nível da adolescência, muito em particular nas raparigas”, que justificaria uma abordagem preventiva que terá de passar pelos médicos de família, que são “um enorme parceiro” para abordar esta questão em tempo real e minimizar a carga da doença.
“Queremos perceber isto melhor (…) porque é um problema de saúde pública que tem de ser tratado pela saúde pública”, defendeu, avançando que a associação quer “documentar e quantificar” através de um estudo epidemiológico “aquilo que é uma fortíssima suspeita” em termos da prática clínica diária.
Para a população reconhecer os sintomas das anemia, a associação lançou uma aplicação, disponível em www.orostodaanemia.pt/, que tem como principal objetivo “sensibilizar a população para o que é considerado já um problema de saúde pública”.
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