Poster 11
ESTUDO RETROSPECTIVO DE UTILIZAÇÃO DE CARBOXIMALTOSE FÉRRICA
Autores
AIRES, A. SANTOS, A. DIAS, M. ANTUNES, M. ESPÍRITO SANTO, D.
HOSPITAL SÃO JOSÉ – SERVIÇO DE IMUNOHEMOTERAPIA
Introdução: O tratamento com ferro endovenoso (ev) está indicado nos doentes que necessitam de rápida reposição de depósitos, com défice de absorção, com intolerância ou má compliance ao ferro oral ou, quando se pretende evitar transfusão. A carboximaltose férrica (CF) está indicada no tratamento da deficiência de ferro quando as formulações de ferro oral não são eficazes ou contraindicadas.
Objetivo: Avaliação de segurança e eficácia do tratamento com CF no Serviço de Imunohemoterapia (SIH).
Material e métodos: Revisão de processos clínicos de doentes tratados com CF no SIH desde a introdução do medicamento.
Resultados: O SIH começou a utilizar a CF em 2010. Foi prescrita para o tratamento da anemia ferropénica em 39 doentes. As causas mais frequentes de anemia/ferropénia foram a má absorção associada à cirurgia bariátrica e a anemia por perdas crónicas. Inicialmente, a CF foi autorizada como alternativa a outros compostos de ferro ev após reação adversa. Mais recentemente, foi autorizada em primeira linha em 12 doentes. Foi bem tolerada e não se verificou sobrecarga de ferro. A avaliação da eficácia demonstrou ser excelente na correção da anemia e/ou ferropénia, com subida rápida e sustida da hemoglobina e depósitos de ferro, e na resposta clínica.
Conclusão: As formulações recentes de ferro ev de alto peso molecular são consideradas alternativas seguras e eficazes para o tratamento da anemia, persistindo alguma precaução no seu uso. A CF é um composto sem dextrano e com baixo risco de reações de hipersensibilidade, pelo que não necessita de dose teste. É um composto estável e permite administração ev rápida de altas doses. A nossa experiência de utilização de CF tem vindo a demonstrar que se trata de um medicamento seguro, eficaz e conveniente, estando associado a uma redução significativa do recurso ao hospital. As políticas economicistas atuais têm dificultado o uso da CF no nosso Centro, mesmo tratando-se de um medicamento custo-efetivo.